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Resenha do livro Os Miseráveis, de Victor Hugo

Publicada em 01/06/2017 às 12h26

Livros | Campelo Filho
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Ler Os Miseráveis (Les Misérables), do escritor francês Victor Hugo, obra publicada em 3 de abril de 1862, foi uma das experiências mais prazerosas que já tive.
A oportunidade de ler a obra completa, sem adaptações, nos permite viver a França do Século XIX, especialmente Paris, com suas belas praças e monumentos. A obra nos permite conhecer a cultura e os hábitos franceses e ainda introduz o leitor no modus vivendi das pessoas mais pobres daquela época. É ainda uma oportunidade para se conhecer a história política da França.
Mas para quem não aprecia muito este lado histórico ou social-político e tenha receio da obra ser enfadonha, com suas mais de mil páginas, não há que se preocupar! É que Victor Hugo envolve tudo isso através da vida de Jean Valjean, um homem de força e resistência sobre-humanas, que após cumprir 19 anos de prisão nas galés, sendo cinco por roubar um pão para sua irmã e seus sete sobrinhos, que estavam passando fome, e mais catorze anos em face às tentativas de fuga, é posto em liberdade. Assim inicia-se a história da vida de Jean Valjean, que sem mais fé alguma na humanidade termina sendo ajudado por um Bispo, que o trata pela primeira vez como ser humano. Jean Valjean, após uma série de contratempos e de reconhecer a imensa bondade do Bispo, faz a promessa a si próprio de que nunca mais faltaria com a verdade, seja em que situação fosse, e tampouco cometeria qualquer ato ilícito.
A questão é que Jean Valjean nunca deixou de ser perseguido. O inspetor Javert, símbolo do funcionário público implacável, cumpridor integral de suas obrigações, incorruptível e zeloso pela sua missão profissional, jamais aceita a transformação de Jean Valjean de infrator da lei a homem de bem e cidadão respeitado. Entende que ele sempre será criminoso e que cedo ou tarde ele cometerá algum crime.
A obra trás ainda personagens fantásticos como Fantine, uma miserável e desafortunada mulher, vítima de preconceitos e que morre à míngua, mas não sem antes obter a promessa de que um benfeitor cuidaria da sua filha Cosette, criança que vivia explorada em uma estalagem. Este homem de quem Fantine obteve a promessa de zelar pela sua filha era justamente Jean Valjean, desta vez já utilizando o nome de Madeleine (nome que passa a utilizar após tornar-se um próspero empresário, dono de uma fábrica, e um homem respeitado pela sua bondade e caridade). A obra conta ainda o belíssimo romance vivido por Cosette e Marius, um jovem aristocrata francês.
Confesso que conheci Paris antes mesmo de visita-la. Os Miseráveis me levou várias vezes ao Jardim de Luxemburgo, ao Campo de Marte e ao Rio Sena. Pude visitar ruas e bairros de Paris lendo esta obra prima de Victor Hugo. Uma viagem a Paris inesquecível, sem dúvida, para onde retorno toda vez que olho o livro em minha estante.
O livro também é sobre a natureza humana, suas virtudes, suas deficiências e a possibilidade de superação. Um livro com alma! Uma obra cujo breve relato aqui esposado está longe de representar toda a sua imensa grandeza e profundidade.
Não à toa que possui 51 adaptações para o cinema e televisão no mundo todo e ainda 06 adaptações para musicais.

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